O ano de 1929 marcou um dos momentos mais importantes da história financeira internacional. O chamado Crash de 1929 representou o início da Grande Depressão que afetou a economia global até a década de 1930. Foi uma crise sem precedentes, que abalou as bases econômicas e transformou a ordem política no mundo.

O movimento em direção a um boom financeiro, que havia se acumulado durante a década de 1920, culminou em uma explosão de valorização dos preços das ações na Bolsa de Nova York, atraindo grandes quantidades de dinheiro de investidores em todo o mundo. Pessoas comuns investiram em ações, acreditando que a riqueza rapidamente possibilitaria a realização de seus sonhos.

No entanto, essa febre de especulação financeira era baseada em expectativas e não em fundamentos econômicos reais. Em outubro de 1929, quando a realidade começou a se impor, as ações começaram a cair de maneira dramática. O pânico tomou conta de investidores, que viram seu dinheiro desaparecer em questão de horas.

Essa crise financeira atingiu em cheio a economia americana e a partir daí, espraiou-se pelo mundo. A queda do mercado financeiro afetou a produção de bens e serviços, iniciando a Grande Depressão. A maioria dos bancos e empresas quebraram, deixando milhares de pessoas desempregadas. A taxa de desemprego nos Estados Unidos chegou a mais de 25%.

Os efeitos dessa crise foram sentidos por todo o globo. Os países europeus entraram em recessão, uma vez que dependiam do comércio internacional e dos financiamentos externos para manter a economia. A Alemanha, por exemplo, que passava por um período de recuperação econômica depois da Primeira Guerra Mundial, foi uma das nações mais afetadas pela crise, a ponto de desencadear o ascenso do Partido Nacional Socialista de Adolf Hitler ao poder.

A resposta dos governos aos problemas gerados pelo Crash de 1929 foi desigual. Em alguns lugares, foram realizados esforços para controlar os fluxos financeiros, enquanto em outros a situação desandou. Nos Estados Unidos, o governo de Herbert Hoover adotou uma política de laissez-faire (deixar fazer), sem intervenção estatal na economia, acreditando que o livre mercado poderia dar conta do problema.

No entanto, as medidas tomadas pelo governo Hoover provocaram uma deterioração da situação econômica e social, levando a uma crescente insatisfação popular. Foi somente em 1933, com a posse de Franklin D. Roosevelt, que iniciou-se uma grande mudança no país, com a implementação do New Deal, programa que visava a recuperação da economia e a criação de empregos. Essas medidas fizeram com que a economia voltasse a crescer, mas somente após a Segunda Guerra Mundial é que os Estados Unidos se firmaram como líderes econômicos mundiais.

O Crash de 1929 foi uma das experiências mais traumatizantes e significativas da história econômica mundial, com consequências que perduram até os dias de hoje. Foi um marco na história da economia global, que trouxe profundos impactos políticos e sociais. A lição aprendida foi que é importante investir em um sistema financeiro e fiscal que priorize a estabilidade a longo prazo, evitando que enormes bolhas se acumulem, podendo, no futuro, eclodir em crises que gerem enormes prejuízos para a sociedade.